A terapia da fala é a área da saúde responsável pela prevenção, avaliação e tratamento da comunicação, linguagem, voz, processamento auditivo, mastigação, deglutição (passagem segura de alimentos e bebidas através da orofaringe de forma a garantir uma nutrição adequada) e motricidade orofacial.
Quando falamos de terapia da fala devemos distinguir os conceitos de voz, fala (articulação verbal e fluência), comunicação e linguagem.
A voz é um procedimento fisiológico, onde as cordas vocais permitem a emissão de sons durante a fala.
A fala consiste na emissão de sons, palavras e frases; e constitui o principal método de transmissão de mensagens. Envolve várias funções cerebrais, auditivas, motoras, respiratórias e vocais, que nos permitem ouvir, localizar, distinguir, reconhecer, memorizar, perceber, coordenar e sequenciar movimentos articulatórios e usar a respiração para falar. A articulação verbal (produção oral de sons) e a fluência (encadeamento contínuo dos sons que produzem um discurso ritmado) são as duas vertentes da fala.
A linguagem, enquanto processo cognitivo, é a capacidade de entender e utilizar palavras e frases com significado; e envolve a expressão (linguagem expressiva) e a compreensão (linguagem recetiva); a qual se irá repercutir na escrita. O terapeuta da fala pode ajudar a criança quando se verificam dificuldades no processo de aprendizagem da leitura e escrita.
A comunicação consiste na troca de informação entre os intervenientes, e pode ser verbal ou não verbal (através de outros recursos como gestos, expressões faciais ou por imagens).
Porque surgem dificuldades?
As dificuldades na fala podem surgir por vários motivos:
Postura labial desadequada
Dificuldade em respirar pelo nariz
Problemas ao nível da mastigação e deglutição
Presença de vícios orais (sucção na chupeta, dedo, língua, lábio)
Quando uma criança, por alguma condição específica, não desenvolve a fala é essencial desenvolver uma forma eficiente de comunicação.
Quando a criança apresenta dificuldades na fala é recomendável a realização de um exame auditivo para despiste de alguma condição médica que justifique; mas também é importante perceber se a criança apresenta dificuldades no processamento auditivo, ou seja, se a informação que chega ao cérebro é compreendida de forma clara e correta.
Papel do Terapeuta da Fala
O terapeuta fala intervém ao nível das:
dificuldades na expressão oral e da escrita,
dificuldades na compreensão da informação falada e lida,
problemas na mastigação e deglutição (treino dos músculos e estruturas orofaciais)
A terapia da fala está indicada para pacientes desde o nascimento, com ou sem diagnóstico de patologias, e pretende promover competências ao nível da comunicação e/ou deglutição, no sentido da sua qualidade de vida. Em recém-nascidos pode intervir nas dificuldades de sucção, deglutição ou alimentação por via oral; e na população idosa nas alterações neurológicas consequentes de AVC, envelhecimento ou demência.
A reabilitação das dificuldades do processamento auditivo passa por programas de treino auditivo adaptados, que permitem ao paciente aprender a ouvir com atenção e a processar os estímulos verbais, de forma a ser capaz de compreender uma conversa em diferentes situações e ambientes.
A eficácia e sucesso da terapia depende grandemente do envolvimento da família enquanto mediadores do processo de reabilitação.
A avaliação em terapia da fala permite entender a origem e impacto das dificuldades da criança de acordo com as queixas apresentadas. As avaliações mais comuns são as da:
Articulação verbal;
Comunicação pré-verbal;
Linguagem pré-escolar
Pré-competências linguísticas (leitura e escrita)
Alimentação (mastigação, deglutição e seletividade alimentar)
Em crianças, a procura da consulta de terapia da fala deve acontecer quando:
Em jovens, adultos ou idosos, deve ser procurada quando: